Desde os primórdios da humanidade os jogos estão presentes na vida das pessoas, nas
mais diversas atividades que diverte e unem seus semelhantes. Com o passar dos anos
os jogos foram evoluindo, até chegar no momento atual, não esquecendo as raízes com
jogos manuais mas sendo mais diverso e inclusivo, tanto em modalidades e plataformas
como na inclusão de pessoas de “N” características.
Você pode acompanhar a série sobre a indústria dos Esports lá no kolmeia.
Aqui no Brasil um dos destaques é a equipe 5Dragons que surgiu a partir de um projeto
dos amigos Renan “Renan CyborgRj” Rocha, Mateus “5DG Foxy Mc” Clemente e o
Fausto (pai do Foxy) que vem trazendo uma pegada inclusiva aos Esports, conversamos com Renan para saber um pouquinho mais sobre a equipe confira:
A 5Dragons surgiu dia 28/07/2020. Literalmente a 1 ano atras. A gente criou o time com um grupo de amigos. Contávamos com 2 pessoas deficientes, e 3 caras que mandam muito bem no jogo. Os membros do time eram no caso Eu (Renan Cyborg) que não tenho a mão esquerda e o Didi que tem 13 anos q tem AME (Atrofia Muscular Espinhal). Mateus “Foxy” Clemente que tem 10 anos e é uma promessa no cenário competitivo de LOL , o menino é muito bom mesmo, Gabriel Senna um rapaz que joga bastante e é super gente boa, Victor “Topeira” um cara que tambem manda muito bem e é muito estudioso e tbm contavamos com o Caio “Woolf” que acabou indo para uma outra equipe. Também temos os pais do Mateus Foxy cuidando da equipe, são eles Fausto Clemente e Viviane Clemente, ambos são incriveis. O fausto esta fazendo um trabalho incrivel cuidando da lineup do time dos surdos que nós chamamos de 5Dragons Supers.
Nós criamos essa equipe com intuito de mostrar pras pessoas que não existem diferenças quando se trata e eSports, pos contávamos com pessoas “limitadas” e rejeitadas na equipe, e logo em seguida chegou no nosso time mais uma pessoa pra se manter em nossa inclusão. Uma mulher muito gente boa e carismática, Rosa “hywina” e tambem Gabriel Madson um rapaz muito gente boa que infelizmente sofre muito preconceito por ser gay. Com isso nós entramos em um campeonato de League of Legends chamado “Empoliga”. Eles abraçaram nosso projeto e participamos do nosso primeiro torneio. Começamos na serie B da Empoliga. Foi um campeonato duro, bem acirrado, mas terminamos campeões em nosso primeiro torneio. Logo em seguida por sermos campeões da Serie B Enfrentamos um time misturado com os melhores jogadores do Campeão e do Vicecampeão da Serie A onde saimos vitoriosos tambem. Vencemos em nossos 2 primeiros torneios disputados com um equipe desacreditada por termos nossas limitações.
Hoje carregamos na bagagem 2 campeonatos conquistados, Um 3º lugar e um 2º lugar.
Vocês acham que os campeonatos estão preparados para serem inclusivos?
Se me perguntasse a 2 anos atrás eu acharia que não, porém estamos participando de 2 campeonatos incriveis, a Empoliga tem uma estrutura colossalmente boa, o organizador Vinicius “empolgou” é um cara incrível. Ele cuida de uma liga com mais de 60 times e ao meu ver é nivel campeonato oficial da Riot.
Também vamos agora estrear da Liga dos Surdos, um campeonato que abre as portas pras pessoas com limitações auditivas e que agora nesse novo Split também abriu oportunidades para as equipes terem pessoas com outras deficiências na equipe. É uma boa oportunidade pra essas pessoas e como somos um time bem incluso resolvemos participar e entramos de cabeça colocando 2 equipes de uma vez no campeonato. Esse campeonato é organizado pelo Nerdsurdo um cara muito incrível com uma iniciativa incrível.
Vocês ja passam por alguma situação de preconceito?
Infelizmente sim, recentemente sofremos ataques com nossas equipes de surdos. Uma equipe que estávamos fazendo um jogo treino contra (scrim) nos chamou de Teletom por não aceitar perder para nossa lineup. Infelizmente pessoas ruins estão em todo lugar, mas nós somos maior do que isso então deixamos como águas passadas.
O mercado de Jogos eletronicos e a acessibilidade
A acessibilidade em um campo geral tem ganhado força nos últimos tempos, as
empresas estão finalmente nos enxergando, vendo pessoas com deficiência como
público-alvo para seus produtos, coisa que a menos de 10 anos era praticamente
impossível, ver um jogo como The last of Us 2 com mais de 60 opções de módulos
acessíveis, alguns outros exemplos de jogos acessíveis são: MUD (Multi-User Dungeon
Game) Valianor. RPG, inspirado na saga Senhor dos Anéis, de J. R Tolkien, que trás
recursos acessíveis para pessoas com deficiência visual e auditiva, no ps4 também da
pra jogar residente evil 6 e o metal gear solid Alem de empresas como o Studio Dark
Phoenyx que desenvolve jogos para Autistas, pessoas com Sindrome de Dawn entre
outras deficiências.
Espaço dentro da industria de Esports
No cenário ainda não temos uma representatividade tão forte, no Japão ano passado
aconteceu o primeiro torneio de LoL para pessoas com deficiencia, o que gerou certa controvérsia a
questão em pauta foi se realmente é necessário essa separação de categoria já que os
jogos eletrônicos são mais inclusivos.
O torneio aconteceu dia 31 de Agosto na cidade
de Takasaki pela associação de esports da prefeitura de Gunma, para que os jogadores
pudessem treinar, foi criado um centro de treinamento com equipamentos adaptados
para cada tipo de deficiência, em entrevista a organização declarou:
“Queremos dizer às pessoas que desistiram de jogos devido a uma deficiência que
existem oportunidades para que elas se tornem jogadores profissionais”, disse a
empresa.
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