Seu Jorge estreia na cidade seu novo espetáculo, “Baile à la Baiana”, um trabalho que é, ao mesmo tempo, álbum, celebração e reencontro com suas raízes cariocas e com a energia ancestral da Bahia.
Mais do que um disco de inéditas, “Baile à la Baiana” é uma travessia sonora entre duas potências culturais: o Rio e Salvador. São 11 faixas que passeiam com naturalidade entre funk, soul, black samba, chula, semba, e tudo aquilo que pulsa no coração da música afro-brasileira. Ao lado da sua banda fiel, o Conjuntão Pesadão, Seu Jorge entrega um som que tem cheiro de roda de samba, textura de bloco de rua e swing de baile black.
“Esse disco é um convite à celebração. É música pra dançar, pra se emocionar, pra se reconhecer”, define o cantor. Gravado com um time de músicos de primeira e gestado a partir de encontros espontâneos na Bahia — no espaço cultural Galpão Cheio de Assunto, liderado pelo percussionista Peu Meurray —, o álbum nasceu entre sorrisos, batuques e conversas atravessadas por anos de amizade.
Magary Lord, um dos nomes mais criativos da nova geração da música baiana, também entra na roda. “Foi um encontro de almas. Nos reconhecemos musicalmente desde o primeiro toque”, relembra Seu Jorge, que conheceu Magary num show em Itaparica e, desde então, coleciona parcerias com o artista, como nas faixas “Pessoal Particular” e “Chama o Brasil pra Dançar”.
O disco é um verdadeiro time de craques. Além de Peu e Magary, entram em cena músicos como Adriano Trindade, Sidão, Danilo Andrade, Rodrigo Tavares, Fernando Vidal e Ivan Sacerdote, todos afinados na mesma frequência: a de transformar ritmo em ponte, tradição em modernidade, memória em celebração.
Entre o samba e o soul, entre o palco e o mundo
“Baile à la Baiana” marca também a volta de Seu Jorge a um formato de álbum inédito depois de um período de colaborações e experimentações. E a nova fase já tem agenda internacional: a partir de março, o cantor embarca em uma turnê europeia, levando o baile tropical para palcos de várias cidades do continente.
“Fazia tempo que os fãs me pediam um novo trabalho autoral. E esse disco veio no tempo certo, com a energia certa”, diz o artista. E energia, aliás, nunca faltou a ele — seja nos palcos, seja nas telas. Com mais de 30 anos de carreira, Seu Jorge virou sinônimo de versatilidade: cantor, ator, compositor, criador de atmosferas.
Dos morros cariocas para os sets de filmes como “Cidade de Deus”, “Marighella”, “Medida Provisória” e “A Vida Marinha com Steve Zissou” (onde eternizou Bowie em português), ele construiu uma trajetória artística que é ao mesmo tempo popular e sofisticada, local e global.
Baile, irmandade e cura
Mas, acima de tudo, “Baile à la Baiana” é sobre conexão. Sobre o poder da música de aproximar corpos, histórias e territórios. “Esse álbum representa a ideia de que gente boa se atrai. É sobre encontros, celebração e alegria”, resume Seu Jorge.
Peu Meurray completa: “É o reflexo de quase duas décadas de parceria, viagens, trocas e sonhos. Um disco feito com alma, pra levar alegria e cura a quem ouvir.”
No Qualistage, o público carioca vai ter a chance de dançar esse novo capítulo de um artista que nunca se repetiu — e que agora celebra o melhor de dois mundos num só baile. A trilha? Rica, vibrante e cheia de propósito. Prepare o corpo. Prepare o coração. O “Baile à la Baiana” vai começar.
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