Por: Richard R. Moura – Smash Bros
Em meio a tantas reinvenções e tentativas de “modernizar” o herói, finalmente temos um filme que entende que o maior poder do Superman nunca foi a força mas o coração.
David Corenswet entrega um Superman que parece ter saído diretamente das páginas de All-Star Superman e Homem de Aço de John Byrne. Ele carrega consigo a nobreza clássica do personagem, com traços modernos de vulnerabilidade e humanidade. Já Nicholas Hoult surpreende com um Lex Luthor genial e maquiavélico, fiel à essência do vilão dos quadrinhos: frio, calculista e obcecado pela superioridade da mente humana frente ao “alienígena invencível”. Rachel Brosnahan brilha como Lois Lane, trazendo inteligência, presença e um charme muito natural ela não está só como apoio, está como pilar.
Visualmente, o filme impressiona. A caracterização dos personagens está caprichada, e os efeitos especiais são, no geral, excelentes. Há momentos em que o CGI dá uma “engasgada”, mas nada que quebre a imersão. Pelo contrário: os efeitos práticos, o design e a ambientação elevam a experiência visual. As cenas de ação de salvamento são muito bem pensadas e capturam exatamente o espírito do Superman: ele resolve as coisas de forma diferente, com calma, compaixão e inteligência e isso o distingue de qualquer outro herói. As lutas, por outro lado, ficam um pouco abaixo do esperado em termos de impacto e coreografia, mas não comprometem o conjunto.
O roteiro é direto, clássico, com estrutura de HQ e isso não é um problema. É o famoso “clichê bem feito”, e eu sou totalmente a favor disso. Porque às vezes o simples, quando bem executado, é tudo o que a história precisa. A narrativa tem alma, tem ritmo, tem emoção. A relação de Clark com seus pais é um ponto especialmente tocante, com cenas que remetem diretamente à sensibilidade vista na HQ de Byrne um abraço no coração dos fãs mais antigos.
No fim das contas, Superman (2025) não tenta reinventar a roda. Ele apenas lembra o público de por que esse personagem é tão amado há gerações. É um filme feito de fã para fã, com respeito, cuidado e emoção verdadeira.
E quando os créditos sobem, tudo o que você sente é aquilo que o Superman sempre representou: esperança. Se você é fã do azulão, prepare-se para sair do cinema com o coração quentinho. Eu saí e espero que você também.
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