A noite, que celebra a luta e a ancestralidade negra, terá a aguardada estreia da banda de Afro Punk Punho de Mahin.
O Circo Voador se prepara para sediar um dos eventos mais emblemáticos do calendário cultural e de resistência deste ano. A banda Black Pantera, um dos nomes mais quentes e politizados do metal contemporâneo, desembarca na lona da Lapa no dia 19 de novembro com uma missão: gravar seu primeiro registro audiovisual ao vivo.
A escolha da data não poderia ser mais simbólica. O show acontece na véspera do Dia da Consciência Negra, reforçando a bandeira antirracista que é o fundamento central do trio formado por Charles Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (voz e baixo) e Rodrigo Pancho (bateria).
11 Anos de Estrada, Um Momento Histórico
Consagrada como um dos principais grupos de rock da atualidade, com prêmios importantes como o da APCA e o Prêmio de Música Brasileira, a Black Pantera vive o ápice de sua carreira, colecionando passagens por grandes festivais no Brasil e turnês internacionais.
Após quatro discos de estúdio, dois EPs e mais de uma década de ativismo musical, o trio está pronto para compilar sua trajetória em um show completo e cuidadosamente planejado.
O baixista e vocalista, Chaene da Gama, ressaltou a importância do local escolhido: “Tinha que ser no Circo Voador, que é um lugar histórico e faz parte da nossa vida desde que a gente começou a ouvir rock. O público sempre nos recebe muito bem, e isso, certamente, fará toda a diferença nessa gravação.”
O Circo Voador, aliás, tem um papel de “padrinho” na história da banda: foi após um show na casa, abrindo para a Dead Fish, que o diretor artístico da gravadora Deck, Rafael Ramos, os assistiu e os contratou no ato.
No repertório da noite, os fãs podem esperar uma compilação potente de 11 anos de carreira, com hinos como “Perpétuo”, “Fogo Nos Racistas”, “Padrão É O Caralho” e “Não Fode o Meu Rolê”.
A Força do Afro Punk Abre a Noite
Para abrir os trabalhos desta noite histórica, o público testemunhará a aguardada estreia da Punho de Mahin no Circo Voador. A banda, expoente do Afro Punk no Brasil, foi fundada em 2018 e traz em sua temática a experiência negra na sociedade contemporânea.
Com Natália Matos (vocal) liderando a banda, a Punho de Mahin aborda, em uma sonoridade crua e contundente, temas cruciais como racismo estrutural, protagonismo negro, machismo e violência policial.
O nome da banda é uma homenagem carregada de ancestralidade: Luíza Mahin, princesa da Costa da Mina, figura histórica de luta no século XIX e mãe do abolicionista Luiz Gama. Ao resgatar essa história frequentemente silenciada, a Punho de Mahin transforma o palco em um grito contra a invisibilidade.
“Será uma honra abrir esse show, nessa casa histórica… e nesse dia de celebração do Black Pantera, uma banda cuja trajetória, energia e potência são incríveis e necessárias”, celebrou Dú Costa.
A noite do dia 19 de novembro será mais do que um show; será uma afirmação política e cultural do metal e do punk nacional. Os portões do Circo Voador abrem às 20h. É um evento imperdível que dá início à programação da Semana da Consciência Negra na casa.


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