Crítica: Cruella

Estella é uma criança peculiar que sofre bullying na escola por ser diferente, fora do padrão. Apesar de ser diferente, Estella tem um sonho de se tornar uma grande estilista. A menina ama moda e fica encantada com desfiles até um momento mais delicado de sua vida, onde precisa fugir e viver uma vida de golpes com novos amigos: Horacio, Jasper e os cachorros Buddy e Wink.

Mesmo vivendo de golpes desde criança, Estella jamais esqueceu de seu sonho de ser uma estilista e seus amigos a ajudam, da melhor forma possível, a realizar esse sonho.

Emma Stone, a Estella e, posteriormente, nossa querida Cruella, é perfeita para o papel. O modo como a personagem é conduzida desde sua personalidade como Estella até chegar à personalidade da Cruella é hipnotizador e prazeroso. O roteiro trata com maestria a protagonista e seu aprofundamento psicológico sem dar tons exagerados à sua evolução e conduz perfeitamente ao momento de ápice que a faz se tornar Cruella.

Emma Thompson está espetacular no papel de Baronesa. O modo como apresentam a personagem, o seu arco na história e sua reviravolta somados a atuação brilhante de Emma só provam como um bom elenco e um excelente roteiro casam perfeitamente para um filme de muitíssima qualidade.

A relação dos personagens é bem construída, não é mostrado para o público de forma corrida, mas de forma delicada e tranquila, sem pressa alguma. A forma como Estella se envolve com cada personagem é interessante, pois os personagens se encaixam da melhor forma possível no roteiro, agregando positivamente para a história.

A trilha sonora é tão poderosa quanto a protagonista. Carrega um lado bem gótico mostrando o quão diferente e original é a personalidade de Cruella. Já os figurinos são dignos de uma futura nomeação ao Oscar na categoria de melhor figurino. Entregam a alma da moda para os apaixonados pelo ramo e, principalmente, pelos looks fantásticos.

Mesmo sendo um foco na origem da Cruella como conhecemos, o filme acaba trazendo, mesmo que poucas, referências da animação 101 Dálmatas. Sem muito spoiler para não estragar a experiência de quem está lendo esta critica, se você era fã da animação vai se derreter de amor pela cena pós crédito de Cruella.

Algumas cenas do filme tem um tom exagerado pelo roteiro em questão de continuidade. Pode não ser algo que estrague a experiência de ver o filme, mas também são cenas que podem fazer o espectador torcer, e muito, o nariz.

O foco do filme não são os cachorros, apesar de terem algumas fofuras que certamente o publica vai amar acompanhar. Mas se o espectador tem algum receio de ver o filme pela relação Cruella x Dálmatas, vai poder assistir tranquilamente com a certeza de que não há nenhuma relação maldosa entre Cruella e animais.

O filme esbanja poder, carisma e diverte como o estúdio sempre almejou. O foco da Disney em dar uma nova roupagem aos seus clássicos vilões é uma estratégia arriscada, mas que se for bem feita pode dar bons resultados. E é isso que vemos em Cruella, que pode facilmente ser considerado um dos melhores live actions da Disney.

Cruella está disponível nos cinemas e na Disney Plus como acesso premium, no valor de R$ 69,90.

Nota: 4/5