Este ano, o Festival Mita se destacou pelo cuidado e dedicação na promoção da inclusão. Logo na entrada, os participantes puderam se beneficiar de um mapa tátil ecológico, elaborado por uma pessoa com deficiência visual, que os direcionava pelo festival. Além disso, em todos os bares, foi disponibilizado balcão rebaixado e um QR code com o cardápio em Libras e audiodescrição.
Os banheiros do festival também foram projetados para garantir acessibilidade, oferecendo facilidades para pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, o evento contou com uma iniciativa chamada “Sinta o Som”, que permitia às pessoas com deficiência auditiva sentir as vibrações da música, proporcionando uma experiência sensorial única.
No primeiro dia do festival, foi registrado o comparecimento de 15 pessoas com autismo, o que demonstra o esforço do evento em acolher diferentes necessidades. A presença de deficientes visuais foi expressiva devido à disponibilidade de audiodescrição, mas o festival também se questionou sobre como incluir os cães-guia dessas pessoas. Visando oferecer um ambiente mais confortável, o Festival disponibilizou um espaço de descanso.
Este ano, o festival também contou com intérpretes de Libras no telão e audiodescrição fornecida pela All Dub. Além disso, foi adotado o novo símbolo da acessibilidade e as informações foram compartilhadas com aqueles que ainda não estavam familiarizados com ele. A programação na plataforma PCD foi disponibilizada por meio de placas, acompanhadas por um QR code contendo informações em Libras e audiodescrição.
O Festival Mita, celebrado por seu compromisso com a inclusão e acessibilidade, enfrentou desafios em relação à locomoção de pessoas com deficiência durante o evento. Embora tenha se destacado em outras áreas, como a estrutura para assistir aos shows e a disponibilidade de banheiros adequados, a dificuldade de deslocamento pelo festival foi uma questão levantada.
Relato de Marcos Fernandes –
“Em relação à estrutura para ver o show, devo dizer que está ótimo. Consigo ter uma boa visão do palco e aproveitar as apresentações. Além disso, fiquei satisfeito ao constatar que os banheiros não são químicos, o que é uma melhoria significativa em comparação a outros festivais. No entanto, há uma questão que preciso mencionar: a falta de luz nos banheiros. Isso dificulta a minha utilização e a de outros participantes. Seria importante providenciar iluminação adequada para esses espaços.
Outro aspecto que me incomodou foi a dificuldade de locomoção pelo festival. Há muitas pedras e areia, e o desnivelamento do terreno torna a circulação complicada. Seria útil pelo menos colocar um caminho ou piso adequado para facilitar o acesso. Mesmo com o kitlivre disponibilizado, ainda está sendo bastante desafiador me locomover pelo evento.
A plataforma para pessoas com deficiência também está bem pequena, o que torna difícil transitar por ela. Fico pensando que se tivesse chovido, a situação seria ainda pior. Seria importante considerar a ampliação dessa plataforma, levando em conta as necessidades de mobilidade dos participantes.
Fica esse contra ponto desta edição.
Vimos uma equipe dedicada, e as medidas implementadas este ano demonstram o compromisso do festival em promover a igualdade e a participação de todos os indivíduos, daqui para frente, o evento está caminhando em direção a um futuro promissor, com uma acessibilidade que já é considerada boa. No entanto, sempre há espaço para aprimoramentos e pequenos ajustes que podem tornar a experiência ainda mais inclusiva e acolhedora para todos os participantes.
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