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Avatar: Fogo e Cinzas: Quando o espetáculo queima mais do que aprofunda

smashbros Por smashbros
19 de dezembro de 2025
in Filmes e Séries
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Avatar: Fogo e Cinzas: Quando o espetáculo queima mais do que aprofunda

Imagem: Reprodução

Por: Richard Rodrigues

Avatar: Fogo e Cinzas volta a provar algo que James Cameron domina como poucos: Pandora ainda é um dos mundos mais impressionantes já colocados no cinema. A natureza é exuberante, as paisagens são hipnóticas, o som é arrebatador e cada quadro parece pedir para ser contemplado. É cinema no seu estado mais grandioso.

Mas, mais uma vez, o filme tropeça onde mais tenta correr: no roteiro.

Existe aqui uma clara intenção de ir além. De cavar mais fundo. De adicionar camadas emocionais, políticas e filosóficas à narrativa. O problema é que o filme sugere profundidade, mas nunca mergulha de verdade. Tudo fica na superfície do discurso, e isso, com o tempo, se torna cansativo.

A trama novamente gira em torno da família Sully e é aí que o desgaste começa a aparecer. Não porque a ideia seja ruim, mas porque ela se torna repetitiva, inconsistente e previsível. Eu não esperava algo revolucionário. Não esperava nada além de um “feijão com arroz” muito bem feito. O problema é que o filme flerta com algo maior, promete camadas mais densas… e simplesmente não entrega.

Essa falta de aprofundamento transforma o que poderia ser envolvente em algo monótono. E a longa duração só potencializa isso. Cenas que começam lindas, poéticas e contemplativas acabam se estendendo demais, perdendo impacto e ritmo. Em alguns momentos, a narrativa se embaralha, você sente que perdeu o fio da tecitura da história.

A edição, infelizmente, não ajuda. Pelo contrário: ela complica. Os núcleos são fragmentados Lo’ak, Jake, a separação da família, o General, a Tribo das Cinzas, mas nenhum deles recebe o tempo emocional necessário para criar conexão real. A montagem não costura esses planos de forma orgânica, e o resultado é simples: a gente se importa pouco com quase tudo.

A direção é competente, experiente, segura não chega a ser ruim, mas também não ousa. As atuações, mesmo soterradas por camadas pesadas de CGI, são agradáveis. Jake Sully cumpre sua função: não falha, mas também não surpreende. Já Lo’ak, como narrador e personagem, é muito mais interessante de acompanhar. Ele carrega curiosidade, conflito e frescor algo que o protagonista já não consegue mais sustentar sozinho.

Kiri é uma joia e a sua trama é uma das mais bonitas do filme.
Sua conexão com Eywa é genuína, sensível e constantemente colocada à prova. A fé da personagem é testada a todo instante, acompanhar esse conflito espiritual é, de fato, muito interessante. Mais do que isso: é emocionante e se traduz em momentos visualmente espetaculares, alguns dos mais belos de todo o longa. Sem dúvida, uma das coisas que mais funcionam em Fogo e Cinzas.

Spider traz leveza, humanidade e até humor ao filme. Em vários momentos, ele rouba a cena e rende risadas genuínas. Uma verdadeira trufa dentro da narrativa, talvez um dos personagens mais carismáticos dessa nova fase da franquia. Seu conflito com o pai biológico, sua relação com Jake como uma figura paterna alternativa, a busca por pertencimento, sua humanidade e, ao mesmo tempo, seu amor profundo por Eywa e por Pandora constroem um arco extremamente agradável de acompanhar.

Quem realmente chama atenção é Neytiri. Sua trama como mãe, atravessada por dor, proteção e escolhas difíceis, é uma das mais ricas do filme. Há ali temas fortes, bem pontuados, emocionalmente relevantes. Mas infelizmente tudo parece parar antes de se tornar verdadeiramente marcante.

Mas se existe um ponto onde Fogo em Cinzas brilha sem qualquer discussão, esse ponto são as cenas de ação. Elas são o coração pulsante do filme. São intensas, criativas, cheias de reviravoltas. A ação conecta o segundo filme ao primeiro, resgata o espírito épico da saga, traz o Toruk Makto de volta e entrega batalhas grandiosas, emocionantes e visualmente arrebatadoras. Nesse aspecto, o filme é simplesmente espetacular.

Porém, nem mesmo a ação consegue esconder um dos maiores problemas do longa: a inconsistência do vilão.

O General passa dois filmes inteiro movido pelo desejo de dominação, pela ideia de superioridade e por uma visão claramente xenofóbica em relação aos povos de Pandora. De repente, ele se alia à Tribo das Cinzas liderada pela personagem Varang interpretada por Oona Chaplin, que entrega uma atuação digna, sólida, elegante, mas que poderia ter sido ainda mais explorada.

Narrativamente, a aliança até faz algum sentido. Psicologicamente, não faz.

O General não passa por uma verdadeira transformação. Ele não se redime, não aprofunda sua visão de mundo e tampouco permanece fiel ao que sempre foi. Ele entra num limbo narrativo sugere mudança, mas não muda. E quando um arco não vai a lugar nenhum, ele se torna automaticamente desinteressante. A gente espera uma escolha clara: ou a redenção, ou a permanência no conflito. O filme não entrega nenhum dos dois.

No fim das contas, Avatar: Fogo e Cinzas é um filme muito bom, tecnicamente impecável, visualmente deslumbrante e com cenas de ação memoráveis. Mas também é um filme que poderia ser muito mais. Ele olha para a profundidade, acena para ela… e recua.

Pandora continua linda. O espetáculo continua grandioso. Mas a sensação que fica é a de caminhar por cinzas ainda quentes belas, intensas, mas incapazes de sustentar o fogo que prometiam.

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